Brasil e Chile armam protesto contra a Bolívia por legalizar carro roubado

Evo Morales “esquenta” veículos; Brasil e Chile ensaiam protesto tardio

–1. Para justificar os genocídios e os  massacres de índios na chamada “conquista do oeste”, os filmes norte-americanos demonizavam os índios e vangloriavam os xerifes e os militares de cavalaria.
Nos enlatados, o índio era sempre o bandido. Só considerado como regenerado quando traía a tribo e passava para o lado do conquistador, mostrado como civilizado e ético.
Na semana passada, o presidente boliviano Evo Morales, um aymará,  quis ter o seu dia de índio de filme norte-americano.
Os lesados por Morales  foram os cidadão brasileiros e chilenos que tiveram automóveis e caminhões roubados ou furtados.
Ladrões, receptadores e o governo boliviano, saíram no lucro. Tudo a evidenciar que o crime compensa na visão de Evo Morales.

 Para arrecadar tributos, Morales legalizou a subtração de coisa alheia móvel.
No prazo de 15 dias, os residentes na Bolívia que estão na posse de veículos sem documentação de propriedade poderão obtê-la com facilidade. Como se diz no jargão policial, o “cabrito” pode ser esquentado na Bolívia, por ato do presidente Morales.
Ainda que tenha o chassis raspado, num indicativo evidente de detenção criminosa, o interessado poderá conseguir um certificado boliviano de propriedade do veículo, ainda que  objeto de crime.
A justificativa de Morales é digna daqueles filmes norte-americanos voltados a satanizar o índio. Para Morales, “todos tem direito a um automóvel” e, também, um caminhão, pois pode também ser “esquentado”.
As diplomacias do Brasil e do Chile ensaiam um protesto em conjunto. Ele certamente será expedido depois do prazo de 15 dias do decreto de Morales, ou seja, quando já “legalizados” os veículos automotores.
Os dois países estão estudando essa possibilidade, que, na realidade, serviria para demonstrar reprovação à medida boliviana. Além disso, podem solicitar providencias para que ela não ocorra mais.
A relação, no caso, seria intermediada entre os ministros de Relações Exteriores e não passaria do nível diplomático, por ser uma questão muito localizada. A título de exemplo: O mesmo ocorreu no caso do ex-ativista italiano Cesare Battisti.
Pano Rápido: Não vai demorar muito para Morales baixar outro outro decreto para esquentar veículos. Bastará precisar cobrir um buraco nas finanças bolivianas.
Grande quantidade de automóveis na Bolívia foram recebidos, sem documentação, como lixo. Ou seja, abandonados nos EUA pelos proprietários acabaram descartados na Bolívia, como lixo.
Como se sabe, o crime organizado transnacional despeja lixo em países pobres, que os aproveita. Ainda que tenha de comprar peças de reposição no país de origem: vende-se o lixo e ainda se fatura com peças de reposição.
A última vez que estive na Bolívia viajei, de Cochabamba a Vila Tunary (Chapare),  num Toyota 2001  cujas portas traseiras tinham sido substituías por placas de madeira compensada. Como tinha de chegar à Vila Tunary para elaborar um relatório, coloquei na mão de Deus. Mais ainda, tive a sorte de o motorista ser um mascador de folha de coca. Um alívio, pois ele não dormia e estava sempre ligado.
–Wálter Fanganiello Maierovitch–
Fonte:Terra