Classe média é a que mais quer viajar para o exterior neste ano

Grupo movimentou R$ 13 bi em passeios, ou 34% de todos os gastos com turismo em 2010
O aumento da renda do trabalhador brasileiro permitiu que ele viajasse como nunca, e encurtou as distâncias. O estrangeiro está tão perto que mais da metade das famílias da classe média dizem planejar uma viagem internacional ainda neste ano, como mostra uma pesquisa do Instituto Data Popular divulgada nesta terça-feira (12).

O levantamento mostra que, de 2002 a 2010, os gastos dos brasileiros com viagens saltaram de R$ 20,9 bilhões para R$ 38,2 bilhões em 2010. Do total do ano passado, as famílias da classe média responderam por R$ 13 bi. Esse número é 242% maior do que o visto oito anos antes.

A pesquisa considera a classe C como as famílias com renda de 3 a 10 salários mínimos (ou algo entre R$ 1.635 e R$ 5.450 por mês). As classes D e E têm orçamento familiar abaixo dessa faixa, e as classes A e B, acima dela.

O Data Popular ouviu 5.000 pessoas nas principais regiões metropolitanas do país entre outubro e dezembro de 2010. Desse grupo, 202 (ou 4% do total) afirmaram que sairiam do Brasil a passeio.

Entre os brasileiros que estão planejando uma viagem para o exterior, 52% são de famílias da classe média. Quase 4 em cada 10 (ou 37%) se encaixam nas classes A e B. Entre as famílias de baixa renda, só 1 em 10 (11%) querem conhecer o estrangeiro.

Na estimativa de Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular, o aumento da renda e a melhor no cenário do mercado de trabalho brasileiro dá uma ideia do potencial de crescimento do setor.

- Considerando-se um universo de 139 milhões de brasileiros com idade a partir de 16 anos, são estimados 5,6 milhões de possíveis viajantes em 2011.

Considerando o total da população brasileira que viajou de avião nos últimos 12 meses, 58% fazem parte das classes C, D e E.

Para Meirelles, os emergentes têm trocado o desconforto de uma longa viagem de ônibus pela comodidade da viagem aérea.

Mas não é só nós ares que esse público têm abocanhado sua fatia. Nos cruzeiros, a classe C já representa 4 em cada 10 passageiros. Nos últimos três anos, 43% dos entrevistados disseram ter feito uma viagem pelo litoral, principalmente o brasileiro. Nas classes A e B, esse número era 44%.Segundo o economista, as ofertas de parcelamento propostas pelas operadoras de turismo chamam a atenção dos emergentes para experimentarem os cruzeiros. A Classe C, que já alcança a Classe A em predominância em viagens de navio, valoriza o custo-benefício deste tipo de lazer.


- A possibilidade de levar a família toda, com alimentação e entretenimento incluso, transforma este tipo de passeio no preferido da nova classe média brasileira.

Os hotéis também ajudam a dar ideia desse mercado: 49% das famílias de classe C, D e E dizem que costuma se hospedar em hotéis durante as férias. A pesquisa mostra que, aos poucos, os emergentes trocam a casa dos parentes pelo conforto das redes hoteleiras.
fonte: r7.com