
“Ele olha e percebe que tem algo diferente”, disse a mãe, Suely Alves, explicando que o filho deve voltar a falar em no máximo quatro dias.
O coração artificial funciona como uma bomba para ajudar o batimento do coração. Desde 2009 a família sabia que o menino ia precisar de um transplante, mas acreditava que só seria necessário na adolescência. Patrick tem uma miocardia restritiva, doença que leva o coração a perder suas funções, aos poucos.
“Ele pediu que eu arrumasse um coração para ele, se eu ia conseguir um coração para ele. E é nessa luta que eu estou há um ano e oito meses, tentando conseguir um coração para o meu filho, porque eu fiquei sabendo que era só isso que ia manter meu Patrick vivo”, desabafou, emocionado, o pai, Luiz Cláudio Alves.
Primeiro da fila
O menino agora aguarda por um transplante de coração. Segundo o Ministério da Saúde, em todo o país há 230 pessoas na fila. O Instituto Nacional de Cardiologia informou que por conta da gravidade do caso de Patrick ele agora é o primeiro da fila no Brasil.
No caso de Patrick, por causa de sua idade, além de grupo sanguíneo compatível, o doador também precisa pesar, no máximo, entre 50 kg e 55 kg.
Prazo de validade
Apesar de ser um dispositivo moderno, o coração artificial requer cuidados e o paciente corre risco de infecção. Segundo o cirurgião cardiovascular Andrey Monteiro, que cuida do menino, o aparelho pode durar apenas de três meses a um ano.
“Tenho fé, eu sei que vou conseguir. Eu cheguei até aqui, eu vou continuar lutando”, disse Suely.
Um dos maiores desafios no transplante de coração é o tempo de resistência do órgão. Depois que o coração é captado do doador, o transplante tem que ser realizado em até 4 horas.
São Paulo faz mais transplante de coração do que Rio
Em São Paulo, o número de transplantes deste tipo é bem maior. Em 2009, o estado do Rio realizou 255 transplantes, enquanto que o estado vizinho registrou 1.975 cirurgias desse tipo. No ano passado, foram 300 cirurgias no estado do Rio e 2.328 em São Paulo.
Os motivos que podem explicar o baixo número de transplante no Rio são a dificuldade de manutenção dos doadores e a falta de estrutura para identificar esses possíveis doadores. O coordenador da central estadual de transplante, Eduardo Rocha, informou que o Rio vai adotar um programa igual ao de São Paulo, para agilizar os transplantes.
"Os próprios profissionais de saúde não sabem, às vezes, que basta ligar para 155, o número da nossa central, para comunicar e nós passamos a saber que existe essa pessoa”, disse ele.
fonte:portalg1