Elaine Patricia Cruz, da Agência Brasil
Apesar
da participação da mulher no mercado de trabalho ter crescido no ano
passado, ela continua a receber salário menor que o do homem. Segundo o
boletim Mulher&Trabalho, divulgado nesta quarta-feira (2/3) pela
Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (Dieese), a participação da mulher no mercado de
trabalho na região metropolitana de São Paulo passou de 55,9%, em 2009,
para 56,2% no ano passado, mas o salário delas corresponde a apenas
75,7% do que os homens recebem pelo desempenho da mesma função.
O rendimento médio por hora trabalhada das mulheres passou de R$ 6,56
para R$ 6,72 e o dos homens, de R$ 8,22 para R$ 8,94. As mulheres com
ensino superior recebem, em média, R$ 15,70 pela hora de trabalho,
enquanto as que não têm curso superior recebem R$ 4,60 por hora. “Essas
informações evidenciam que completar o ensino superior significa, de
fato, alcançar postos mais qualificados e mais bem remunerados”, diz o
estudo.
De acordo com o boletim, a região metropolitana de São Paulo gerou
163 mil postos de trabalho para as mulheres em 2010, volume que foi
considerado suficiente para absorver 99 mil mulheres que ingressaram na
força de trabalho local. A taxa de desemprego das mulheres diminuiu de
16,2%, em 2009, para 14,7% em 2010, enquanto a dos homens passou de
11,6% para 9,5% no mesmo período.
A inserção das mulheres com escolaridade superior no mercado de
trabalho também cresceu e já é maior que a dos homens. Segundo o estudo,
o número de mulheres com ensino superior completo no mercado de
trabalho na região metropolitana de São Paulo passou de 12,9%, em 2000,
para 17,1% em 2010. Se em 2000, a maior parte da População
Economicamente Ativa (PEA), com nível superior, era composta por homens
(51,3%), no ano passado ela passou a ter maioria feminina (53,6%).
Além do crescimento quantitativo de mulheres no mercado de trabalho, o
boletim também observou que outras oportunidades de inserção produtiva
estão se abrindo para as mulheres mais escolarizadas. Apesar da educação
ainda ser o principal segmento a abrigar as trabalhadoras (com mais de
20%), cresceu a participação feminina no segmento de serviços
especializados (13,6%) – advogadas, contadoras e engenheiras -,
superando o setor de saúde (12,4%).
(Agência Brasil)