Além do impacto
científico favorável, reitor da Ufac acredita que o evento surtirá efeito
positivo na economia local
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Foto Denílson Almeida |
Hoje é um dia inédito para Rio
Branco. Pesquisadores, professores e estudantes universitários de todo o País estão
na capital para participar da 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência (SBPC), que se realiza pela primeira vez no Estado.
A abertura do evento ocorrerá às 19
horas desta terça-feira, 22, no Teatro Universitário, da Universidade
Federal do Acre (Ufac). Estima-se que mais de três mil pesquisadores, entre brasileiros
e do exterior, participem do maior evento cientifico do País. A 66ª Reunião
Anual da SBPC deverá reunir mais de 10 mil pessoas, no total.
Estarão presentes na cerimônia de
abertura o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Clelio Campolina,
a presidente da SBPC, Helena Nader, e o reitor da UFAC, Minoru Kinpara, além da
vice-reitora Guida Aquino.
Participam também o presidente da
Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, o vice-governador do Acre,
Carlos César Correia de Messias, e o presidente do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva. A lista
destaca ainda o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre Médici Aguiar,
e o presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à
Pesquisa (Confap), Sergio Gargioni.
Para a presidente da SBPC, Helena Nader,
algumas das atividades inéditas preparadas para o Acre, como a “SBPC Indígena”,
a “SBPC Extrativista” e, principalmente, o Dia da Família na Ciência, têm uma
motivação especial: envolver a sociedade na ciência, tecnologia e inovação (C,T&I).
A intenção é despertar o interesse para essas áreas, que são de extrema
importância para as pessoas em seu cotidiano, para a sociedade e para o País.
Com esse entendimento, Helena Nader
acredita que a população em geral pode se envolver na luta por políticas
públicas que fortaleçam as atividades de C,T&I, e também a educação.
Superlotação na cidade
Em tom de comemoração, o reitor da Ufac, Minoru Kinpara,
disse estar satisfeito com o fluxo considerável de cientistas, estudantes e
especialistas, dentre outros, que chegam à cidade para participar do evento
científico.
O reitor considerou positiva a superlotação
observada na rede hoteleira da cidade. “Isso é fantástico. Fico contente porque
nos hotéis não há mais vagas e, por isso, as casas próximas à Universidade
estão cedendo espaço para os participantes da Reunião e fazendo locações.”
As estimativas de empresários locais
são de que a capacidade hoteleira da cidade, incluindo pousadas, é suficiente
para hospedar 1,5 mil pessoas, motivo pelo qual houve desequilíbrio entre a
oferta e a procura por hotéis em Rio Branco nesta semana.
Vendo o cenário com bons olhos, Kinpara
fez questão de frisar que o evento científico na cidade está surtindo efeitos positivos
na economia local, tradicionalmente pautada pelo extrativismo, principalmente
da borracha, o que torna o Acre um dos maiores agentes dessa atividade no País.
Janela de oportunidades
Ao falar das atividades preparadas para
o evento, o reitor da Ufac destacou que a Reunião da SBPC representa uma grande
oportunidade de socializar informações científicas, considerando que muitas pessoas
não têm conhecimento do volume de trabalhos produzidos dentro da Universidade.
“Essa será uma possibilidade de mostrarmos
para Rio Branco, para o Brasil e para o mundo as coisas boas produzidas na
Universidade Federal do Acre”, salientou Minoru Kinpara. Dentre as quais, o
reitor citou as pesquisas nas áreas de biodiversidade; de saúde, sobre doenças
típicas da região; e as voltadas para indígenas e povos ribeirinhos. Destacou
também os estudos sobre educação, economia e informática.
Na observação do reitor, a 66ª Reunião Anual da SBPC deve abrir janelas de
oportunidades e atrair doutores para o Acre, onde a produção científica ainda é
modesta em relação aos demais estados brasileiros.
Conforme prevê Minoru Kinpara, o intercâmbio de
conhecimento proporcionado pelo evento da SBPC deve gerar parcerias entre
pesquisadores na tentativa de atender as principais necessidades do povo
acriano e da Amazônia em geral em relação a área de ciência e tecnologia. “Nesta
semana temos aqui muitos pesquisadores, de diversos lugares. Por isso, acredito
que depois da Reunião a visão que se tem do Acre mudará radicalmente no Brasil
e no mundo”.
(Jornal da Ciência)
(Fabíola Oliveira e Viviane Monteiro)
(Ascom da SBPC)