“Não vou levar lição de moral de quem faz apologia ao tráfico de drogas”, diz Moisés.
Gina Menezes, da Agência Contilnet
Moisés: “Não vou levar lição de moral de quem faz apologia ao tráfico de drogas”
Gilberto: “Precisamos saber onde foi parar o dinheiro desviado porque até hoje só o prefeito de Marechal Taumaturgo foi preso”
Durante a sessão desta quinta-feira (15), na Assembléia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Gilberto Diniz, (PT do B), apresentou Requerimento solicitando a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Programa de Inclusão e Desenvolvimento Sustentável do Acre (Pró-Acre), cujo escândalo de desvio de recursos já resultou na prisão de um prefeito do interior do Estado.
Mesmo o Requerimento não tendo sido votado, já que o deputado aguarda a assinatura dos demais parlamentares, a apresentação do tema causou reboliço entre situação e oposição na casa.
“Precisamos saber onde foi parar o dinheiro desviado porque até hoje só o prefeito de Marechal Taumaturgo foi preso e sabemos que muitas outras pessoas, incluindo outros políticos e empresários foram beneficiados pelo esquema”, enfatizou.
Moisés Diniz (PC do B), líder do governo na Aleac, afirmou que não é contra CPI e nem qualquer tipo de investigação, mas é preciso delimitar as funções de cada Poder.
“Estão confundindo as coisas e tentando fazer politicagem. No caso do Pró-Acre a Polícia Federal já estar investigando o caso”, declarou.
Outros deputados da base governista também se posicionaram contra o Requerimento de Gilberto Diniz. Para o líder do Partido dos Trabalhadores (PT), Geraldo Pereira, a competência de investigação não cabe a Aleac. “Estamos aqui para legislar, vamos deixar que a polícia cumpra o papel dela e coloque os culpados na cadeia”.
O tucano deputado Major Rocha discordou dos deputados governistas e afirmou que a CPI se faz necessária. Para ele o papel de fiscalizar cabe ao legislativo de forma integral.
Embora a discussão entre base de apoio ao governo e a oposição tenha sido acirrada o Requerimento sequer entrou na pauta de votação do dia.
Apologia ao tráfico de drogas
De acordo com o proponente do Requerimento, ele será apresentado quando tiver a assinatura da maioria dos deputados.
O líder do Governo na Aleac, Moisés Diniz (PCdoB), levou a mal a sugestão irônica do deputado Gilberto Diniz de que ele liberasse os “meninos” para assinar o Requerimento, fazendo uma alusão aos deputados da base governista.
“Não vou aceitar lição de moral, ironias e nem orientação de deputado que sobe na tribuna da casa para fazer defesa do tráfico de drogas. Isto é um absurdo. Não vou levar lição de moral de quem faz apologia ao tráfico de drogas”, defendeu-se.
Moisés foi duro com o deputado oposicionista ao dizer que no Acre não há empregos e citar o tráfico de drogas como alternativa. “Se as pessoas não traficarem no Acre elas irão viver de quê? De filosofia, líder Moisés?”, questionou Gilberto.
Outro deputado da base de sustentação do Governo que ficou insatisfeito com as declarações do deputado do PT do B foi o socialista Manoel Moraes, que usou a tribuna da Aleac para pedir mais respeito.
“Temos uma responsabilidade social. Chamar-me de menino subalterno ao líder do Governo é desrespeitar o interesse das quase 5 mil pessoas que me colocaram aqui para representá-las. Sugiro que o deputado deixe a Policia Civil e a Polícia Federal cuidar do caso Pró-Acre”, ressaltou.
Fonte: ContilNet